Ela me olhava e me dizia: - Nós vamos ficar bem. Vamos sair dessa.
Após alguns segundos o cansaço foi evidente e quando me dei por conta ela começou a escorregar. Ela tentava ao máximo se segurar e eu tentando ao mesmo tempo segurá-la e conseguir me manter firme. Lembro-me do seu rosto. De seu rosto, do seu olhar, dela me pedindo para não soltá-la. Não consegui... E soltei,nunca vou me perdoar,lembrar aquele rosto tão angelical e me recordar que essa seria a última vez que eu o veria. Aquela foi a maior tragédia que se abateu sobre a família O’connell. Meus pais não acreditavam,assim como nossa família e nossos amigos que tudo aquilo estava acontecendo conosco.
Depois de um tempo nossas vidas começaram a se refazer aos poucos. Três anos mais tarde meus pais receberam um presente. Minha mãe estava grávida de novo. Isso não diminuiu nossa dor, mais foi o primeiro passo para meus pais superarem um pouco a dor e a ausência. Valentina nasceu no mês de março,o mês mais quente e ensolarado de knox. Éramos cinco de novo. Meu pai dizia que “cinco” era o seu número da sorte. Cinco de julho foi a data do casamento dele,cinco foi o numero de vezes que o time favorito dele os “Roksters” ficou invicto durante uma temporada e o número de filhos que ele tinha e que tanto amava. Assim como minha mãe é claro!
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